CORRENTES
OCEÂNICAS
A)
CORRENTES DE SUPERFÍCIE As correntes de superfície são
dirigidas pelo vento e fortemente influenciadas pelo efeito de Coriolis.
A.1
Aspectos gerais
Comparando com o padrão geral de circulação dos ventos
A circulação oceânica reflete a circulação
padrão dos ventos.
Os ventos alísios movem as correntes equatoriais para oeste e os
contra-alísios para leste.
Divergência e ressurgência
O fluxo das correntes faz com que ocorram divergências em umas regiões
e convergências em outras.
Onde a água superficial diverge, a água profunda sobe para
substituir a outra e esta subida de água mais fria, rica em nutrientes,
resulta no resfriamento da superfície e no florescimento do plâncton
(ressurgência).
O lado leste das margens de todos os oceanos na região tropical,
onde os alísios movem constantemente as águas para longe
dos continentes, constituem-se em áreas de divergência.
Conseqüentemente, nos trópicos encontram-se águas superficiais
ricas em nutrientes no leste e águas quentes e pobres em nutrientes
no oeste dos oceanos.
Convergência e subsidência
Nos locais onde as correntes convergem, o acúmulo de água
em um dos lados faz com que a água seja empurrada para baixo (subsidência).
Contra-correntes equatoriais
Ao soprar para oeste, os ventos alísios empurram a água
contra as margens dos continentes e a superfície do oceano se eleva
numa razão de 4cm a cada 1000km.
Isto resulta num desnível na superfície da água,
que, no Oceano Atlântico, por exemplo, é de 15cm.
Esta água tende a retornar em contra-correntes estreitas e velozes,
fluindo em direção oposta. Essas contra-correntes fluem
ao longo da corrente ou logo abaixo dela.
El Niño
Ocasionalmente, os alísios se tornam lentos por um período
prolongado e a água que havia sido transportada para o lado oposto
do oceano tende a fluir de volta no sentido contrário (leste).
Quando isso ocorre, o fluxo de água suprime a ressurgência
normal ao longo da costa. No oceano pacífico, onde esse efeito
é mais pronunciado, ocorre o El Niño.
A.2
Efeito de Coriolis
No Hemisfério Norte - vista do pólo, a Terra está
girando no sentido anti-horário, porém um objeto se movendo
em linha reta parece estar fazendo uma curva no sentido horário
(para a direita).
No Hemisfério Sul o efeito é oposto ao do HN.
Variações com a latitude - No equador, por este ser equidistante
dos pólos, o efeito é imperceptível. Ou seja: não
se observa a deflexão dos objetos em movimento. Assim, quanto maior
a latitude, mais perceptível será o efeito de Coriolis sobre
a trajetória de um objeto.
Dependência da velocidade - a deflexão aparente é
tanto maior quanto menor for a velocidade do seu deslocamento.
A.3
Espiral de Eckman
No hemisfério norte, a água superficial vai tender a fluir
para a direita da trajetória do vento por causa do efeito de Coriolis.
Quando os movimentos do vento e da água alcançam o equilíbrio,
a água flui em uma direção que faz 45º para
a direita com a direção do vento. A água da superfície,
ao fluir, leva consigo uma camada de água abaixo dela, que também
sofrerá uma deflexão para a direita.
Este movimento se sucede, gerando uma espiral à medida que se aprofunda,
até alcançar uma profundidade em que a movimentação
da água é imperceptível.
O transporte líquido da água ocorrerá 90º à
direita da direção do vento, e 45º à direita
da direção da corrente que se formou na superfície
(entendeu?)
Ressurgências e subsidências costeiras
No hemisfério norte, o transporte ocorre à direita da direção
do vento. Portanto, se a costa do continente está localizada à
direita, a água da superfície será empurrada, causando
uma subsidência.
Se a costa estiver localizada à esquerda, o transporte de água
será na direção do oceano, causando uma ressurgência.
A.4
Fluxo geostrófico
Contornos de densidade
No hemisfério norte, a deflexão das águas superficiais
para a direita resulta no acúmulo de água menos densa no
lado direito das principais correntes. Este acúmulo de água
menos densa na superficie do lado direito, com o resultante surgimento
de água mais densa no lado esquerdo, causa uma considerável
inclinação no contorno da densidade.
A inclinação dos contornos refletem a velocidade da corrente.
No HN, o desnível da água na superfície das principais
correntes vai de 1 a 2 metros.
O acúmulo de água superficial no lado direito faz com que
as correntes continuem a fluir mesmo quando não há vento,
pois a água vai começar a deslizar declive abaixo.
Neste movimento, a água é defletida para a direita (Coriolis)
e tenderá a fluir ao longo da água empilhada ao invés
de simplesmente tomar a direção do declive.
O fluxo resultante do equilíbrio entre a força da gravidade
e o efeito de Coriolis é chamado de fluxo geostrófico.
O movimento da maioria das correntes resulta da combinação
de dois fatores: o vento e o fluxo geostrófico.
A.5
A intensificação oeste
As correntes são mais velozes e estreitas ao longo das margens
oeste dos oceanos.
Causas
a) Os ventos alísios empurram as correntes de encontro às
margens dos continentes causando um esguicho da corrente.
b) Devido ao acentuado efito de Coriolis em altas latitudes, ao retornarem,
as correntes são defletidas na direção do equador,
se afastando das margens dos continentes no lado oposto.
c) Como próximo ao equador o efeito de Coriolis é menos
acentuado, a água da corrente será empurrada e comprimida
contra as margens dos continentes ao fluirem ao longo do equador.
d) A rotação da Terra causa uma aparente rotação
nos objetos e esta rotação é mais perceptível
próximo aos pólos. Portanto, uma massa d'água se
deslocando a partir do equador parece adquirir rotação à
medida que flui.
Exemplo: a corrente do golfo.
A corrente do golfo possui uma largura de, aproximadamente, 50 a 75km,
uma profundidade de 1,5 a 2km e flui para NE com uma velocidade de 3 a
10km/h. As oscilações diárias da maré movem
a corrente para frente e para trás cerca de 6 a 8km. Algumas vezes,
obeserva-se uma contra-corrente abaixo do lado leste e, outras vezes,
ocorrem giros abaixo e a oeste, trazendo água fria do norte para
a costa leste a América do Norte.
A.6
Correntes causadas por tormentas
Causadas por uma combinação entre baixas pressões
e ventos fortes, tais como tufões e furacões.
Pressão, ventos e ondas
A baixa pressão eleva o nível do mar em cerca de 0,5m, elevação
que, associada com os ventos fortes, pode formar correntes e ondas, elevando
o nível do mar em vários metros, causando inundações.
Esses eventos são particularmente perigosos em áreas costeiras,
onde existe pequena amplitude de maré
A.7
Circulação de Langmuir
Quando o vento sopra numa velocidade de apenas alguns km/h, a água
na superfície, ao invés de simplesmente fluir na direção
do vento, flui em movimentos semelhantes ao de um saca-rolhas, paralelos
à superfície, em longas células de Langmuir.
As células possuem alguns poucos metros de profundidade e de largura
e as células vizinhas têm movimentos opostos, que geram,
no limite das células, zonas de convergência e de divergência
B.
CORRENTES PROFUNDAS
São impulsionadas pela gravidade e pelas diferenças de densidade.
Velocidade do fluxo
A velocidade típica é de algumas dezenas de km/ano sendo,
portanto, mais lentas e volumosas que as correntes de superfície.
Deflexão de Coriolis
As correntes profundas sofrem mais o efeito de Coriolis, pois se deslocam
mais lentamente que as de superfície.
Se formam nas regiões polares e fluem ao longo do fundo dos oceanos
na direção do equador. Por causa da forte deflexão,
as correntes viajam pelo lado oeste dos oceanos seguindo a direção
oposta das correntes de superfície.
B.1
A densidade da água
No oceano, a densidade aumenta ligeiramente com o aumento da pressão
ou da salinidade, porém diminui drasticamente com o aumento da
temperatura.
Pressão : A uma pressão de 4.000ton/m2, a densidade da água
é 2% maior que na superfície. Em oceanografia, usa-se a
pressão atmosférica do local de coleta como sendo a pressão
padrão.
Temperatura: A amostra de água, ao chegar à superfície,
se expande, o que causa um resfriamento de 0,1ºC. A temperatura da
amostra de água a bordo é usada como padrão e é
chamada de temperatura potencial.
Mistura superficial: A densidade também é alterada pela
mistura superficial. As ondas podem misturar as águas até
uma profundidade de + ou - 100m.
Salinidade: A maioria das águas oceânicas têm salinidade
entre 34,5 e 35%o, sendo que as maiores variações ocorrem
na superfície dos oceanos.
Sigma - T:Como todas as densidades são medidas sob pressão
atmosférica, elas vão depender, apenas, da temperatura e
da salinidade e variam, geralmente, de 1,024 a 1,028g/cm3. Já que
os primeiros dígitos são sempre os mesmos, eles são
ignorados e a vírgula é deslocada 3 casas à direita.
O resultado deste artifíco é o sigma -t.
Exemplo: Se a densidade da água é de 1,026g/cm3, então
o sigma - t da amostra é 26.
C.
CORRENTES DE MARÉ
A moviemntação da água, em qualquer profundidade,
é fortemente influenciada pela maré. As correntes de maré,
em qualquer instante, são muito rápidas, quando comparadas
com as velocidades das águas profundas.
D.
SEICHES
O seiche é um tipo interessante de corrente, causada pela oscilação
da água para a frente e para trás em uma região confinada,
como um porto ou um estuário.
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