O
PLANETA TERRA
A)
O PLANETA VISTO DO ESPAÇO
1)
Coloração: atmosfera e oceanos
2) Formato: gravidade
3) Protuberância equatorial: rotação do planeta
=> O raio do planeta no equador é 42km maior que nos pólos.
4) Hidorsfera: região fluida
5) Continentes e oceanos: uma parte está entre 0 e 10km acima do
nível do mar (continentes) e uma outra entre 4 e 5km abaixo do
nível do mar (bacias oceânicas).
6) Atividade Geológica: as rochas do fundo dos oceanos são
mais recentes do que as dos continentes, apresentando normalmente 1% da
idade do planeta (4,6 bilhões de anos).
7) Aparência: a hidrosfera confere ao planeta uma aparência
única.
8) Evolução dos oceanos: os oceanos vêm se modificando.
B)
O PLANETA VISTO DO SEU INTERIOR
1)
Movimentação interna e viscosidade influenciadas pela temperatura
e pela pressão.
2) Ambiente interno: as camadas mais internas sustentam o peso das camadas
mais externas.
Quanto maior a profundidade, maiores serão a temperatura, a pressão
e a densidade dos materiais.
Fontes de calor: pressão, atrito, reações nucleares.
C)
O CENTRO DA TERRA (NÚCLEO)
-
Estrutura e extensão:
Representa 16% do volume total do planeta.
Divide-se em uma porção interna sólida e uma externa
líquida.
Composição: acredita-se que é composto principlamente
de uma liga de ferro e níquel. O enxofre seria um elemento bem
abundante.
A densidade é de cerca de 9,4g/cm3 na zona externa e de 17,2g/cm3
próximo ao centro.
D)
O MANTO
Se
extende desde a superfície até a porção mais
externa do núcleo, representando cerca de 84% do volume do planeta.
Compõe-se de silicatos metálicos, principalmente
Propriedades físicas:
A porção externa é quimicamente uniforme, porém
as propriedades físicas variam drasticamente em função
das mudanças nas estruturas cristalinas dos minerais.
As variações na densidade são grandes: 5,7g/cm3 no
fundo e 3,3g/cm3 na superfície.
E)
A CROSTA
A
densidade do material da crosta varia de 2,5 a 3,3 g/cm3. Sua espessura
varia de 10 a 20km apenas. Pode ser continental ou oceânica.
A crosta é fina e flutuante, sofrendo ajustes isostáticos
(equilíbrio relativo) graças às diferenças
de densidade.
O moho (descontinuidade de Mohorovicik) é a linha divisória
entre a crosta e o manto.
Litosfera e astenosfera
Litosfera é a porção externa rígida, com espessura
de 15 a 16km.
Astenosfera localiza-se abaixo da litosfera, possui temperatura elevada
e grande mobilidade de fluxo. Seus limites atingem profundidades de até
700km, onde se encontram os epicentros mais profundos dos terremotos.
1)A
TEORIA DA DERIVA CONTINENTAL E A ORIGEM DOS OCEANOS
Até o início do Jurássico (180 milhões de
anos), as placas reunidas formavam um único continente, o Pangéia,
rodeado por um oceano único, o Pantalassa.
No final do Jurássico (Mesosóico), houve um rompimento do
Pangéia ao norte do equador e formaram-se 2 continentes: a Laurásia
(América do Norte + Eurásia) e o Gondwana (América
do Sul + África + Antártica + Austrália + Índia).
Surge, entre os dois novos continentes, uma enorme baía que deu
origem ao Mar de Tetis, separando a Eurásia da África.
Calcula-se que o Atlântico possui apenas 150 milhões de anos,
o que representa 3% da idade do planeta, tendo surgido quando a África
e a América do Sul se separaram. Ao mesmo tempo, era formada a
coridelheira meso atlântica.
1.1)
OS ARGUMENTOS DE WEGENER
Similaridade entre as margens dos continentes
Registros de fósseis comuns em áreas hoje distantes
Similaridade entre os climas passados nos dois lados do Atlântico
1.2)
EVIDÊNCIAS SURGIDAS APÓS WEGENER
Mais fósseis semelhantes.
Alinhamento paleomagnético de partículas em rochas antigas
mostrando que os continentes do hemisfério sul se encontravam próximos
ao pólo sul a cerca de 300 milhões de anos.
As linhas costeiras dos continentes às vezes se ajustam como peças
de um quebra-cabeças
Cadeias de montanhas, fraturas e cadeias de vulcões localizadas
próximo aos limites das placas.
As ilhas oceânicas e os vulcões são recentes, isto
é, surgiram após a deriva.
2)
TEORIA TECTÔNICA DE PLACAS
Procura demonstrar que a superfície semi-rígida da crosta
se movimenta sobre uma porção inferior quente e fluida denominada
astenosfera.
A superfície da terra se encontra dividida em 7 placas principais
e 5 secundárias, rígidas e indeformáveis, as quais
descrevem movimentos laterais de deriva e, periodicamente, pequenos movimentos
verticais.
Eis as placas:
01) placa da áfrica 07) placa sulamericana
02) placa euroasiática 08) placa da arábia
03) placa da austrália 09) placa das filipinas
04) placa do pacífico 10) placa de nazca (pacífico)
05) placa da antártica 11) placa de cocos (pacífico)
06) placa norteamericana 12) placa do caribe
As placas descrevem movimentos lentos, seguindo direções
próprias e produzindo, em seus limites, contatos com colisão
ou sem colisão. Nessas regiões de contato é comum
haver terremotos.
O continente sulamericano encontra-se na placa sulamericana, cuja margem
leste é a cordilheira mesoatlântica e a oeste a cordilheira
dos andes.
2.1)
O MAGNETISMO DAS ROCHAS E A TECTÔNICA DE PLACAS
O magnetismo é causado pelo movimento das cargas elétricas,
principalmente o realizado pelos elétrons (magnetos atômicos).
Ponto Curie
Quando o material magnético está liquefeito, os magnetos
atômicos se alinham com o campo magnético terrestre. À
medida que o material se esfria, chega-se a uma temperatura em que os
elétrons se paralizam, não mais se alinhando com o campo
magnético terrestre. A temperatura em que isso ocorre é
chamada de ponto Curie, situado ao redor dos 600ºC.
Portanto, se se conhecer a data de "paralização"
dos magnetos atômicos de uma rocha, poder-se-á conhecer,
por conseqüência, o alinhamento magnético terrestre
em tal tempo.
O campo magnético da Terra se inverteu várias vezes no passado.
A idade das rochas
O potássio possui um isótopo radioativo, o 40K, cuja meia-vida
é + ou - 1,3 bilhões de anos e que se desintegra radiotivamente
em argônio. Sendo um gás, o argônio fica aprisionado
dentro da rocha à medida que vai sendo formado. Assim, quanto maior
a quantidade de Ar, maior a idade da rocha.
2.2)
MOVIMENTAÇÃO DOS CONTINENTES
Cartas registrando a deriva polar ao longo das eras geológicas
mostraram que os continentes se moveram, pois não era possível
o pólo Norte estar em dois lugares ao mesmo tempo.
Mudanças nas latitudes:
Entre outras coisas, o magnetismo das rochas pode revelar a latitude de
um continente em épocas passadas.
O ângulo que o campo magnético da Terra faz com a superfície
(inclinação magnética) é igual a zero no equador
e aumenta com a latitude, se tornando vertical nos pólos.
Foi encontrado, por exemplo, que Nova York já esteve no equador
e a Índia próxima ao pólo sul há 180 milhões
de anos.
As forças que provocam a deriva
- A fonte de calor, abaixo da astenosfera, pode causar convecção,
como ocorre numa fervura.
- O fluido aquecido tende a expandir e se tornar menos denso, elevando-se,
enquanto que o menos aquecido tende a descer.
3)
AS CORDILHEIRAS OCEÂNICAS
- Têm comprimento total de 65.000km, o que equivale a 1,5 vezes
a circunferência da Terra.
- Em média têm mais de 1.000km de largura e cobrem 23% da
superfície do planeta (os continentes cobrem 29%).
- São geralmente confinadas ao fundo dos oceanos, porém
as ramificações podem invadir os continentes, coom ocorre,
por exemplo, no Golfo da Califórnia e no leste da África.
- O topo das cordilheiras alcança em média 2km de altura,
medindo-se a partir do assoalho oceânico. Pode, no entnato, elevar-se
bem mais, algumas vezes ultrapassando a superfície do mar (Ex.:
Islândia no Atlântico Norte).
Idade e relevo das cordilheiras
- No topo das cordilheiras o material é muito novo, envelhecendo
cerca de 1 milhão de anos para cada 20 ou 40km de distância
do topo.
- O topo das cordilheiras é "recortado" transversalmente
por falhas de transformação, o que promove os deslocamentos
laterais no rift valley.
- O rift valley é bastante inclinado, possuindo cerca de 0,5 -
1,5km de profundidade por 12 a 48km de largura.
- Margeando o vale, existem as montanhas rift.
Inversão do campo magnético da Terra
As cordilheiras apresentam evidências da mudança de direção
do campo magnético terrestre.
Fluxo de calor
Em geral, as coridlheiras são muito quentes. E há rachaduras
em sua superfície. Elas são surgem devido ao stress térmico
causado pelasdiferenças nas temperaturas entre o magma e a água.
Destacam-se, nesses locais, as fontes hidrotermais, que influenciam de
maneira importante a química das águas oceânicas.
Nas vizinhansas dessas fraturas existem também surpreendentes comuinidades
de organismos que habitam regiões escuras e de grandes profundidades.
Ao que parece, os produtores primários nestas regiões são
as bactérias que utilizam a oxidação do sulfeto de
hidrogênio (H2S) ou de metais não oxidados como fonte de
energia. A maioria dos outros organismos são filtradores.
4)
DINÂMICA DAS PLACAS
- As forças na litosfera fizeram com que a crosta se quebrasse
em vários pedaços (as placas).
Placas convergentes
Das zonas de convergências, surgiram os continentes, os oceanos
e grande parte da atmosfera.
Colisão de placas
Normalmente, quando duas placas convergem, uma é forçada
a deslizar sobre a outra. Como o material dos continentes é mais
leve e mais flutuante, quando duas placas continentais colidem, ambas
permanecem acima da astenosfera. As montanhas crescem à medida
que a crosta é cmprimida e espessada na região de colisão.
Já o material dos oceanos é mais denso e menos flutuante
e, por causa disso, quando duas placas oceânicas colidem, uma afunda
no manto.
Quando uma placa oceânica colide com uma placa continental, a oceânica
afunda por ser mais densa. As áreas em que isso acontece são
chamadas de zonas de subducção.
Medições precisas do foco de terremotos mostraram que as
placas, quando afundam, formam um ângulo de 35 a 45º com a
superfície.
Destilação
À medida que a placa afunda na zona de subducção,
muito do material é derretido e o mais volátil é
enviado de volta à superfície através do vulcanismo
(Ex.: N, Cl, CO2 e H2O). Isso explica a origem dos sais, da água
da atmosfera e do material que forma os continentes.
Os continentes foram formados pela destilação do material
da costa em zonas de subducção. O material mais leve e mais
flutuante tendeu-se e tende-se a se agregar e formar grandes massas, os
continentes. Acredita-se que os continentes continuem a crescer, como
também os oceanos.
De um modo geral, nos continentes predomina o granito enquanto que, no
assoalho oceânico, predomina o basalto.
Bacias em arco
As zonas de subducção são freqüentemente separadas
do continente vizinho por uma extensa bacia, porém rasa, chamada
de bacia em arco.
A crosta por baixo dessas bacias parece estar sob tensão.
5)
O ASSOALHO OCEÂNICO
Oceanos que crescem
No topo das cordilheiras, o novo material da crosta está constantemente
sendo formado e o assoalho se espalha em todas as direções.
No Oceano Atlântico e no Oceano Índico, o espalhamento do
assoalho carrega (ou empurra) os continentes adjacentes. Estes dois oceanos
estão crescendo.
O Oceano Pacífico, por sua vez, está encolhendo. Os bordos
dos continentes adjacentes estão convergindo. O assoalho se espalha
a partir das cordilheiras e desaparece nas zonas de subducção
abaixo das plataformas continentais.
Fossas
As fossas ocupam uma área menor que as cordilheiras no assoalho
oceânico. Elas têm, apenas, de 50 a 100km de largura, mas
podem ser extremamente profundas.
Bacias oceânicas
A porção do assoalho que se estende da cordilheira até
a fossa ou até a margem continental é chamada de bacia oceânica.
Elas são bastante planas, com pequenas colinas chamadas colinas
abissais e ocasionalmente apresentam vulcões.
Próximo às margens dos continentes encontram-se, com freqüência,
várias áreas extremamente planas devido ao fluxo de sedimentos
originário dos continentes.
Falhas de transformação
Ao longo das cordilheiras existem falhas de transformação.
Elas se posicionam perpendicularmente ao eixo das cordilheiras.
Características dos vulcões
Os vulcões podem estar associados a zonas de subducção
ou a cordilheiras oceânicas. Se existir um vulcão isolado
que não tem relação com nenhuma das duas alternativas
citadas, então ele é causado por um ponto quente estacionário
no manto.
Um vulcão maciço no topo de uma placa relativamente fina
pode afundar lentamente durante milhões de anos podendo até
desaparecer da superfície da água. Quando isso ocorre, eles
são chamados de guyots.
Alguns vulcões aparecem em longas cadeias. Presume-se que isso
ocorre devido à expansão do assoalho que, ao passar sobre
um ponto quente do manto, formaria uma cadeia de vulcões.
Recifes, corais e atóis
Condições para o crescimento de corais:
a) Luz solar intensa: (as microalgas conhecidas como zooxantelas (Gymnodinium
microadriatico) vivem em simbiose com os corais.
b) Movimentação contínua da água: os corais
são filtradores.
c)Proximidade com a superfície
d) Temperatura e salinidade altas: Os corais crescem melhor em águas
quentes e com salinidades normalmente encontradas nas águas tropicais.
O desenvolvimento dos corais
Inicialmente forma-se o recife de franja, margeando a linha do continente
ou uma ilha.
Em seguida, à medida que os corais crescem em direção
ao mar, aparece o recife de barreira, deixando para trás uma laguna.
O estágio final de desenvolvimento dos corais é o atol.
Um atol se forma nas encostas de uma ilha oceânica. Quando a ilha
afunda, deixa visível um recife de forma circular formado por corais
que cresceram nas encostas da ilha em direção à superfície.
É bom lembrar que, no entanto, a seqüência descrita
aqui não é observada para todos os recifes de corais existentes.
Platôs ("plateau")
São elevações no assoalho oceânico, com 1 a
2km de altura. Não alcançam a suprefície e não
são parte das cordilheiras oceânicas.
Os platôs podem ser resultado da fragmentação dos
continentes ou do vulcanismo.
Quando um platô colide com a margem de um continente, há
uma zona de subducção e a fossa aparece depois do platô
(na direção do oceano).
6)
A MARGEM CONTINENTAL
6.1)
COMPONENTES
a) Plataforma continental: É a primeira região submersa
após a praia. É uma extensão do continente que se
encontra submersa.
b) Talude: Logo após a praia existe uma "quebra" na plataforma,
que é uma região de alta declividade, marcando o início
do que se chama talude. O talude cai na direção da Bacia
Oceânica em um ângulo de, aproximadamente, 4º.
c) Colina: Na base de alguns taludes formam-se depósitos de sedimentos
em forma de leque que dão origem a uma região um pouco mais
elevada denominada de colina continental.
6.2)
A PLATAFORMA CONTINENTAL
Descrição geral
As plataformas continentais são geralmente muito amplas e se distingüem
em 2 tipos principais:
1) As de margens passivas, plataformas que estão sendo rebocadas
com o continente à medida que o assoalho oceânico se expande.
Elas são mais amplas (Ex.: costa leste da América e oeste
da Áfrcia).
2) As de margens ativas, plataformas que estão sendo empurradas
pelos continentes contra o oceano. São mais estreitas. (Ex.: costa
oeste das Américas).
As margens externas das plataformas são marcadas por uma inclinação
abrupta. A profundidade típica nesse ponto é de 130 metros,
embora existam registros de profundidades de até 550m.
São, de um modo geral, bastante planas devido à ação
das ondas e do movimento dos sedimentos. A maioria já foi exposta
à erosão sub-aérea durante as glaciações.
Origem
Podem ser de origem tectônica ou, em alguns casos, formadas pelas
ondas. As ondas atuam como auxiliares nos processos de escavação
das plataformas, formando pequenas plataformas na ausência de outros
processos. Elas, também, podem recortar as margens dos continentes
e carregar os escombros para águas profundas.
Há, ainda, outros mecanismos que podem formar plataformas continentais:
- Depósito de sedimentos nas desembocaduras dos rios podem alargar
a plataforma.
- Barragens naturais, como vulcões, depósitos de sal e o
levantamento e dobra da costa podem acumular sedimentos no lado oposto
e ampliar a plataforma.
6.3)
O TALUDE CONTINENTAL
As plataformas cobrem cerca de 6% da superfície do planeta e são
muito rasas quando comparadas a outras regiões oceânicas.
Nas margens das plataformas, o talude marca a quebra da crosta do continente.
Pode-se dizer que o verdadeiro oceano começa no talude.
O talude possui uma grande quantidade de gargantas e desfiladeiros em
suas encostas. Alguns são enormes e a estes é dado o nome
de canyons.
Os canyons são escavados pelo deslisamento dos sedimentos, os quais
correm em grandes avalanches de lama, chamdas de correntes de turbidez.
6.4)
A COLINA CONTINENTAL
Na base do talude pode formar-se um acúmulo de material, dando
origem a uma superfície inclinada na direção das
zonas abissais.
A maioria desses depósitos são de correntes de turbidez
e são denominados depósitos de turbidez.
6.5)
A PLATAFORMA CONTINENTAL BRASILEIRA
É relativamente plana e se inclina suavemente até a profundidade
de mais ou menos 200m. A partir desse ponto tem início o talude,
que mergulha até a profundidade de 1.000m. Sua largura é
variável, indo de 50 a 250km.
A história da plataforma teve início no Cretáceo
inferior (144 a 165 milhões de anos atrás), quando houve
o rompimento entre a África e a América do Sul.
As fases de regressão e transgressão dos oceanos resultaram
em várias seqüências de sedimentos com mais de 5.000
metros de espessura, criando condições adequadas para a
formação de petróleo na plataforma.
G)
O PLANETA ÚNICO
Devido a suas combinações de calor, tamanho e atividade,
a Terra é considerada um planeta diferente dos demais.
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